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O QUE FAZ UM LOCUTOR NÃO MONTAR SEU HOME STUDIO

Foto do escritor: b2b Áudio Comunicaçãob2b Áudio Comunicação

Atualizado: 22 de out. de 2021

Quando você descobrir que quer mesmo ter um, encontrará um jeito!


Vou falar por mim, não me enxergava tendo um estúdio próprio. Eu achava que não era possível ganhar dinheiro com a voz. Só acreditei que era viável depois de fazer produção publicitária e participar de um evento da Univali (Universidade do Vale do Itajai), que se chamava Olhares Múltiplos. Neste evento me foram apresentadas em uma oficina todas as possibilidades de trabalhar com uma produtora de áudio.


Eu tinha um pouco de receio de não saber operar meu próprio estúdio, achava difícil sem se quer tentar. Procrastinava mesmo. Eu tô em Floripa desde 2003 e vim ter meu estúdio só em 2014, e eu confesso pra você que várias pessoas tiveram um papel importante nesta minha decisão. São os tais anjos da guarda.


Um deles foi um colega radialista locutor da minha cidade natal. O Glênio já tinha a sua agência de publicidade há bastante tempo e sempre orçava a minha voz pra trabalhos de áudio pros seus clientes, o que era muito bom porque entrava um extra. O que não era legal é que eu tinha que pedir licença pro coordenador da rádio que eu trabalhava pra poder ganhar esse extra utilizando o estúdio da rádio e isso também atrasava muitas vezes o processo de produção da agência do Glênio. Por isso, em uma das minha idas à agência ele insistiu muito que eu montasse logo o estúdio e me emprestou a primeira mesa de som que foi um Mixer da linha Soundcraft Selenium, analógica, com uma qualidade de som muito boa.


Mesmo tendo levado o Mixer eu ainda demorei mais uns meses pra ligar essa mesa porque eu precisava encontrar um canto no meu apartamento onde eu pudesse montar o estúdio e precisava também abrir a minha empresa pra poder trabalhar com grandes empresas que exigiam nota fiscal.


Nesta parte o Sebrae me ajudou muito, inclusive, com um de seus consultores indicando o espaço onde eu deveria montar o estúdio (um quartinho de ajudante que estava sendo usado como lavanderia). A compra de todo o equipamento foi agilizada por este consultor que fez pesquisas e apresentou ideias mais econômicas, como por exemplo, eu mesma fazer a mesa de trabalho e os nichos com rodinhas de silicone pra trabalhar com mais agilidade dentro do meu espaço.


Espaço encontrado, e pra minha sorte o canto mais silencioso do apto, eu precisava preparar a acústica, então, revesti desde o teto até mais da metade da peça com a espuma acústica, da metade pra baixo utilizei compensado, no piso que era frio coloquei laminado e fiz eu mesma todos os móveis conforme me foi sugerido.


O computador principal ainda é o mesmo que uso desde 2014, nunca tive problemas com ele. Um Intel Core I5 - 3330 com 8 GB de memória. Sistema operacional de 64 bits Windowns 7 (por ser o que mais se adaptou aos softwares instalados). Ele foi montado com essa configuração e custa em média R$ 2.500,00. Pra começar serviu muito, mas já está precisando de um upgrade com SSD (um HD digital bem mais rápido).


Pra viagens eu comecei com um notebook Asus Intel Core I5 Touch 4 GB ITB. Uma média de R$ 3.000,00 e hoje tenho também um Le Novo Intel Core I5 1TB Yoga Touch na mesma média de valor. Os dois são muito bons e precisam ser mesmo de no mínimo I5. Por que touch? Porque você vai precisar desta agilidade quando estiver em viagens, fazendo o carro de estúdio. A abertura 360° do Le Novo é ideal pra suas leituras de textos tanto no carro como no estúdio, já dei um upgrade nos dois colocando SSD e ficaram muito mais rápidos, os novos já estão vindo com SSD.


Eu usei bem no início alguns softwares gratuitos como Audacity pra gravação e o Adobe Audition pra mixagem e achei os dois muito bons. Uso até hoje pra alguns trabalhos o Sound Forge que é um software muito fácil de usar e utilizado em todas as rádios que eu passei. No mercado livre o valor dele oscila entre R$ 35,00 e 45,00.


Pra mixar eu utilizo o software Studio One da Pressonus com a interface Audiobox USB que tem uma boa resposta digital e aqui eu anexo um vídeo da Ossia, escola onde aprendi a usar este material e recomendo. Não conheço ninguém que entenda mais deste assunto do que o Alwin, um dos sócios da Ossia em Florianópolis.



O sistema de monitoração é muito importante no home studio. Ele te dá maior fidelidade na reprodução, garante que o que se está ouvindo é realmente o áudio em que se está trabalhando e eu comprei o Alesis M1Active 520 USB, gosto bastante dele. É a mesma marca utilizada em estúdios de rádios, porém, hoje com mais conhecimento eu pegaria um “ativo”, um Alesis RA100, por exemplo. Ele já vem com amplificador embutido. Mesmo com um pequeno espaço eu tenho Sweet Spot perfeito (triângulo equilátero, formado entre os dois monitores e com você bem ao centro). É o ponto de maior equilíbrio da sala com relação aos monitores para os meus ouvidos e isso é fundamental.


Em viagens e no estúdio eu precisava de um bom fone de ouvidos, então, investi em um Monster Diesel Vektr que é excelente para ouvir os respiros da fala e suas mixagens, além de prático pra carregar e custa em média R$ 1.500,00. Já o microfone é realmente um problema, a gente nunca sabe qual comprar e acaba gastando muito comprando vários e se juntasse o dinheiro de todos, teria um só de ótima qualidade.


O primeiro que usei foi um Shure SM58 que custa em média R$ 1.300,00. O segundo microfone de estúdio B-2 PRO da Behringer é um condensador de qualidade profissional que gosto muito. Hoje está entre R$ 2.700,00 e R$ 3.500,00 pesquisando pode ser que você encontre mais em conta. Jamais compre usado e cuidado com os falsificados...rs


O terceiro foi um microfone USB Alctron UM 270 pra gravar direto no celular e no notebook dentro do carro quando estou em viagens. Este custa em média R$ 540,00, é um bom Condenser e não precisa de interface. Ideal pra quem está começando e tá com pouca grana. Mas se você tem um pouco mais de bala na agulha vá direto no Apogee, encontrei um vídeo em português que demonstra a qualidade deste microfone que é o mais utilizado no meio artístico do rádio.



No vídeo abaixo eu te apresento dois sonhos de consumo. Acelere um pouco o vídeo até a parte em que o rapaz demonstra o som do Electro-Voice RE20, muito utilizado em estúdios de rádio profissionais e o famoso Shure SM7B vs, também bastante usado em estúdios de gravação nas rádios convencionais. Além de muito bons são considerados mais resistentes.


Se você tiver condições de investir um pouco mais vá direto em um desses. A verdade é que ao orçar um áudio com você as grandes produtoras sempre irão perguntar com que microfone você trabalha e se não for um bom microfone como esses três últimos citados, ou ainda o preferido pelas produtoras, qualquer modelo Neumman (um TLM 103 está em média R$ 7.000,00) você perderá trabalhos nacionais que são os que pagam mais, em média R$ 5.000,00. Hoje este é o valor aproximado de um áudio nacional de 30 segundos, enquanto um destes microfones abaixo custa menos de R$ 4.000,00.



Você vai precisar de um Pop Filter pra colocar na frente do microfone e eliminar os "pufs". Eu tenho um PSO1 da SanSon que me serve. A média de valor dele é de R$ 250,00 e tenho um OS 01 Smart de R$ 40,00, é bem inferior em termos de qualidade, mas resolve pra começar.


Também não pode faltar um pedestal pro microfone. O que tenho aqui é um da Visão Musical que não encontrei mais o modelo. Mas ele é bem firme, não pode ficar balançando e precisa ser forte pra aguentar seu painel difusor, se você utilizar um home studio com o PC no mesmo lugar onde irá gravar é bom investir em um painel difusor. O Alctron PF30 é o que eu tenho aqui e resolve 100% os ruídos, também é bem em conta, uma média de R$ 430,00 mas você encontra mais barato no Mercado Livre.


Bom, espero ter colaborado de alguma forma com o seu início em home studio. Tenha certeza que trabalhando com responsabilidade e competência em poucos meses você tira todo o valor investido.




🎞️ Confira o vídeo deste conteúdo no meu canal no YouTube: https://youtu.be/Rea2bngv2kM


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